Sobre a Fita Cassete

 Sobre a Fita Cassete
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COLUNISTA: CLAUDIO FURTADO

A parada mais socialista que eu conheci na vida foi a Fita Cassete. Era igual a maconha. Passava de mão em mão. Um comprava o disco (vinil) e os outros gravavam e regravavam e regravavam. Quando não regravavam direto da rádio (Fluminense, “A Maldita”, Programa Guitarras, é claro!!!).

 

Era uma parada tão socialista, que para mim, a TDK era um agente da KGB. Lembro como se fosse hoje, quando “A Maldita”, anunciou um Programa Guitarras inteiro com canções do Jimi Hendrix. Estava completando 20 anos da morte deste lendário guitarrista, então a radio resolveu fazer um programa especial com as músicas deste fantástico artista.

 
fita k7
 

Aí lá vou eu com minha TDK de 60 minutos, me preparando para gravar o programa. A gravação estava rolando perfeita. Altos sons tocando. Mas quando faltavam mais ou menos 15 minutos para terminar o programa, a rádio saiu do ar e uma música foi cortada no meio. Pronto, nem eu e nem ninguém conseguiu gravar todo o especial do Jimi Hendrix. E não para por aí, pois foi anunciado na semana seguinte que o programa seria repetido, pois havia acontecido um problema técnico na rádio. E lá vou eu de novo, me preparando para gravar o programa com minha TDK de 60 minutos.

 
fita k7
 

E o que aconteceu?! Adivinha?! “A Maldita” saiu do ar novamente, no mesmo ponto da semana anterior. Cortou exatamente a mesma música no meio. E mais uma vez, nem eu e nem ninguém gravou todo o especial do Jimi Hendrix. O programa não foi reprogramado. Ficamos todos chupando dedo. Uma geração de rockeiros traumatizada.

 

Ou seja, nem uma agente experiente da espionagem soviética, como a TDK, conseguiu escapar das diabruras que “A Maldita” nos aprontava frequentemente.

 
fita k7

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